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Estados Unidos. Decretado recolher obrigatório em Los Angeles, Atlanta e Filadélfia – Atualidade

Minneapolis, Atlanta, Nova Iorque e também Boston, Dallas, Denver, Des Moines, Houston, Las Vegas, Memphis e Portland. A estas cidades junta-se agora Los Angeles, onde a meio da tarde de sábado (a cidade tem uma diferença horária de 7 horas para Portugal continental) manifestantes  enchiam várias ruas da cidade havendo registo de confrontos com a polícia e de carros incendiados.

Numa antecipação de uma noite conturbada, o mayor da cidade, Eric Garcetti, decretou recolher obrigatório das 20h00 até às 5h00 da madrugada.

O recolher obrigatório foi decretado também noutras cidades.

Em Filadélfia, o mayor Jim Kenney decretou que vigorasse entre as 20h00 e as 6h00

“Só será permitido que estejam na rua pessoas com deveres especiais”, escreveu a polícia local na sua conta de Twitter.

Igual procedimento foi seguido em Atlanta, onde ontem o edifício da estação de televisão CNN foi alvo de vandalismo no decurso dos protestos.

Com a intensificação dos protestos, seis estados ativaram ou pediram apoio à Guarda Nacional: Minnesota, Georgia, Ohio, Colorado, Denver, Kentucky e o distrito de Columbia.

Já esta noite (hora de Portugal), o governador do Texas, Greg Abbott, enviou 1500 guardas estaduais para várias cidades do estado, entre elas Houston, Dallas, Austin e San Antonio.

O Governador do estado do Minesota autorizou também hoj a mobilização de mil agentes da Guarda Nacional perante os protestos violentos pela morte de George Floyd durante uma ação policial em Minneapolis. As acusações de assassinato em terceiro grau apresentadas contra o polícia responsável pela morte do cidadão afro-americano na sexta-feira não foram suficientes para acalmar a revolta dos manifestantes contra o racismo policial, de Nova Iorque a Los Angeles, numa das piores noites de distúrbios civis nos Estados Unidos da América em muitos anos.

Como morreu George Floyd

O estado tornou-se o epicentro da violência desde que George Floyd, de 46 anos, morreu na cidade de Minneapolis depois de um polícia o ter detido e imobilizado por vários minutos ajoelhado sobre o seu pescoço, causando-lhe a morte. O momento da detenção foi captado em vídeo pelos transeuntes e difundido nas redes sociais e mostra George Floyd a pedir ajuda por várias vezes, dizendo que não conseguia respirar.

George Floyd tinha sido detido por supostamente tentar fazer um pagamento numa loja com uma nota falsa de 20 dólares.

O polícia que causou a morte a George Floyd  foi identificado como sendo Derek Chauvin e faz parte dos quadros da polícia há 19 anos.

Num primeiro momento, ele e os restantes agentes envolvidos foram despedidos sem qualquer acusação, mas, face aos protestos crescentes, Derek Chauvin foi acusado na sexta-feira de assassinato em terceiro grau, por provocar uma morte de forma involuntária, e homicídio culposo.

Os procuradores da justiça já afirmaram que os outros três polícias envolvidos na operação também estão sob investigação e que devem ser apresentadas acusações contra eles.

Durante a semana foram registados confrontos entre manifestantes e a polícia na cidade de Minneapolis, além de incêndios e saques generalizados que afetaram diversas lojas, isto apesar de ter entrado em vigor um toque de recolher obrigatório na sexta-feira.

Mas os manifestantes, muitos com máscaras para evitar a propagação do coronavírus, permaneceram nas ruas, enfrentando a polícia, que usou gás lacrimogéneo para tentar recuperar controlo.

Os manifestantes juntaram-se à  porta da casa de Chauvin, com cartazes e gritando o nome de Floyd. Vários manifestantes repetiram “Não consigo respirar”, as palavras de Floyd enquanto o joelho de Chauvin pressionava o seu pescoço.

O que diz Donald Trump

Depois de atacar os manifestantes e ameaçar com o envio de tropas federais, o presidente americano, Donald Trump mudou de tom na sexta-feira e anunciou que ligou para a família de Floyd para expressar a sua “dor”.

No dia anterior, tinha partido dele a ordem para que  o Exército colocasse unidades da polícia militar dos EUA em alerta, prontas para agir em Minneapolis. As ordens de preparação foram enviadas verbalmente na sexta-feira, depois do Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pedir ao secretário de Defesa Mark Esper opções militares para ajudar a conter a agitação em Minneapolis, após os saques e incêndios registados em algumas partes da cidade.

Já este sábado, o presidente americano criticou os manifestantes que se juntaram em frente à Casa Branca, em Washington, na onda de protestos por todo o país contra a violência policial para afro-americanos, acusando-os de “causarem problemas”.

“Os chamados ‘manifestantes’ da Casa Branca, organizados profissionalmente, pouco tiveram a ver com a memória de George Floyd, eles estavam lá apenas para causar problemas”, escreveu Donald Trump numa publicação feita na rede social Twitter.

“Triste”, acrescentou o Presidente dos Estados Unidos na mensagem divulgada no Twitter, escrevendo noutra publicação que a culpa dos distúrbios é da “ANTIFA (organização anti-fascista) e da Esquerda Radical”.

Nesses protestos em frente à Casa Branca, a manifestação começou por ser pacífica, mas acabou com conflitos entre manifestantes e agentes da polícia e dos serviços secretos norte-americanos e com o lançamento de pedras e outros objetos à mansão presidencial.

Em várias publicações feitas hoje no Twitter, Donald Trump elogiou o trabalho dos serviços secretos.

“Grande trabalho […]. Não só foram completamente profissionais, como também excelentes. Eu estava lá dentro, vi cada movimento e não me podia ter sentido mais seguro”, disse.

E adiantou: “Deixavam os ‘manifestantes’ gritar e berrar tanto quanto queriam, mas sempre que alguém ficava demasiado exaltado ou fora da linha, rapidamente incidiam sobre eles, com força”.

Antes da partida para a Flórida, onde assistiu este sábado ao lançamento da missão espacial Dragon Demo-2, da NASA e da empresa privada SpaceX, Donald Trump afirmou: “Temos o exército preparado e disposto. Se [as autoridades do Minnesota] quiserem chamar o exército, podemos ter as tropas no terreno muito rápido”.

O presidente apelidou os manifestantes de antifascistas e acusou-os de pertencerem à “esquerda radical”, considerando que as autoridades do Minnesota deveriam ser “mais duras e fortes, porque sendo duras a memória de George Floyd é honrada”.

O ex-presidente Barack Obama, primeiro negro a chegar à Casa Branca, afirmou partilhar a “angústia” de milhões de pessoas pela morte de Floyd e que o racismo “não deveria ser ‘normal’ nos Estados Unidos de 2020. Não pode ser ‘normal'”.

De acordo com o jornal The Washington Post, mais de 1.000 pessoas morreram depois de serem baleadas pela polícia no ano passado nos Estados Unidos.

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